terça-feira, 25 de junho de 2013

Vivemos tempos muito estranhos. Assustadores, para ser mais preciso.


Olá, tudo bem netinhos? 
Bom, estamos em período de experiencia aqui no blog. É o seguinte, sabemos que temos leitores que escrevem e nem sempre possuem um blog ou algo do tipo, e que escrevem super bem...
Por esse motivo, pensamos em abrir a tag "Reticencias de Anica" para vocês. Caso alguém se interesse é simples, basta encaminhar um e-mail para o donaanica@gmail.com com seu texto e imagem. Lembrando que o assunto pode ser a respeito de qualquer tema, desde que não ofenda a ninguém
Tivemos nosso primeiro contato e o assunto foi muito bem escrito. O texto foi votado e aprovado por nós netinhos, assim, resolvemos posta-lo. 
O texto a seguir é do nosso leitor Andrei Viana . Ele cursa o terceiro ano de História na cidade de Cuiba - MT, tem 20 anos e é de uma mente crítica e inteligente sobre o que diz. Confiram:

Vivemos tempos muito estranhos. 
Assustadores, para ser mais preciso.


Como historiador aprendi a lidar com os processos históricos, e mesmo o senso comum ache que a Historia é somente o estudo  do passado, o presente se faz cada vez mais indispensável para o historiador.
Olhando para o passado e investigando alguns processos, fazendo novas perguntas, criando novas problemáticas  ficam claras algumas contradições.
Um caso recente que me chamou muito a atenção foi a legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo na França. Mas o chocante desse caso foi a multidão que protestou com veemência para que essa decisão fosse barrada. 

Aí eu reflito um pouco sobre a história da França: um país que inaugurou conceitos como cidadania e direitos civis, através de uma revolução que sacudiu o planeta no século XVIII. Revolução tão poderosa que moldou os pilares da contemporaneidade no que se refere aos direitos de igualdade. 

Será que esse passado de certa forma "recente" não faz mais nenhuma diferença? Mas não precisamos ir muito longe. 

O nosso Brasil parece que resolveu seguir seu Hino e deitar-se eternamente em berço esplêndido. Recentemente ouvi uma amiga se queixando da falta de respeito dos funcionários da universidade para com as meninas. E um outro colega respondeu que "o machismo já está aí uns 10 mil anos e assim será mantido, mexer com mulheres faz parte da cultura brasileira e que reclamar não ia dar em nada". Parece que toda a forma de desrespeito passou a ser naturalizada, conformizada. E a televisão e internet também não ajudam muito. Os "humoristas" tem um prazer mórbido em fazer piada dos grupos oprimidos em vez dos opressores, e questionar o politicamente correto. 

Talvez isso seja um reflexo da falsa ideia de que a tecnologia tem aproximado as pessoas, e que tem promovido tolerância. Pois não se enganem com isso, porque parece que é justamente o oposto que tem imperado. 

Não é difícil encontrar no famigerado Facebook, grupos organizados assumidamente machistas, homofóbicos e racistas. Uma das formas utilizadas por esses grupos para desqualificar movimentos de paz, é tirar-lhes o caráter de utilidade. É bem comum ouvir populares dizendo que uma Marchas das Vadias por exemplo, é algo desnecessário. E isso nada mais é que alienação. 
O tempo que vivemos é assustador exatamente pela quantidade de informação que nos é disposta, e ainda assim a intolerância e o conservadorismo tem conseguido visibilidade, recrutado novas mentes e ampliado sua rede da maldade. Isso inclusive inviabiliza o trabalho de profissionais do livre pensamento. 
O que preocupa é a deturpação da liberdade de expressão, que para os opressores tem sido trabalhado com esmero na sua catequização incessante de novos adeptos ao discurso da ofensa livre. 
No passo que estamos caminhando, dá até medo de tornar pública uma reflexão como essa.

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